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O Brasil perdeu um dos seus maiores cineastas.

Cacá Diegues faleceu aos 84 anos, no Rio de Janeiro, em 14 de fevereiro de 2025, devido a complicações durante uma cirurgia. Um dos principais expoentes do Cinema Novo.

Nascido em Maceió, Alagoas, em 19 de maio de 1940, Diegues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na infância. Durante seus estudos de Direito na PUC-Rio, fundou um cineclube e iniciou sua trajetória cinematográfica ao lado de outros futuros expoentes do setor.

Ao longo de sua carreira, Cacá Diegues dirigiu mais de 20 longas-metragens, incluindo clássicos como “Xica da Silva” (1976), que retrata a ascensão de uma escrava à elite colonial, e “Bye Bye Brasil” (1980), um road movie que aborda as transformações culturais do país.

Sua filmografia também inclui obras como “Joanna Francesa” (1973), “Chuvas de Verão” (1978) e “Deus é Brasileiro” (2003). Seu último trabalho, “O Grande Circo Místico” (2018), foi baseado no poema de Jorge de Lima e no espetáculo musical de Chico Buarque e Edu Lobo, reafirmando sua maestria na mistura de poesia e crítica social.

Em reconhecimento à sua contribuição para a cultura brasileira, Diegues foi eleito em 2018 para a Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a cadeira nº 7, antes pertencente ao cineasta Nelson Pereira dos Santos.

Além do reconhecimento nacional, seu trabalho teve forte repercussão internacional, com seleções nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim. Sua visão crítica e sensível ajudou a moldar a identidade do cinema nacional, influenciando novas gerações de cineastas e roteiristas.

A morte de Cacá Diegues gerou grande comoção no meio cultural. O cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil também ressaltou sua importância: “O Cacá era a voz do nosso cinema, uma pessoa generosa, que transitava entre o popular e o intelectual”.

O cinema nacional perde um de seus mestres.